Feirantes de Barueri se rendem aos cartões de débito

As redes de supermercados, as distribuidoras e até os pequenos mercados, mesmo aqueles em que os funcionários chamam os clientes pelos nomes, não conseguiram por fim a uma tradição brasileira: as feiras livres. São poucos os que abrem mão de circular em meio às barracas, selecionar as frutas, verduras e legumes ou simplesmente comer um pastel e tomar um caldo de cana.

Pois saiba que a tecnologia já invade as feiras livres. Hoje em dia, o cartão de débito é aceito pela maioria dos feirantes. Em Alphaville, na cidade de Barueri, essa novidade não é diferente. A resistência de alguns feirantes em só aceitar dinheiro ou cheque para o pagamento de compras, aos poucos, vai se dissipando.

A reportagem da Folha de Alphaville visitou a feira da Marcos Penteado de Ulhôa Rodrigues, que acontece todas às quartas-feiras, e constatou que 40% dos donos de bancos já aderiram aos cartões. Para eles, os cartões significam uma maior possibilidade de venda por impulso, a segurança de realmente ser pago pelo que vendeu, além da impossibilidade de, no caso de roubo, ser lesado no caixa.

O feirante Juvenal Ferreira da Silva, um dos personagens mais famosos pela simpatia e também pela oferta de frutas fresquinhas, que o diga. Há dois anos, o patrão dele inseriu as maquininhas na banca de frutas. “Hoje em dia não dá para não oferecer mais essa opção de pagamento aos clientes. Uma vez chegamos a vender R$ 1.200 em um só dia com cartão. Imagine se não tivéssemos a maquininha? Além disso, é muito mais seguro, pois acaba com aquela história de cheque sem fundo”, constata.





O proprietário da banca de pescados, Afonso Tchin, também já se rendeu aos cartões. “É bom. Facilita o pagamento para o cliente que não tem dinheiro em mãos e aumenta nossa chance de vender. Aceitando o cartão, fica bem mais difícil perdemos vendas”, diz.

Cláudio Maurício da Silva, mais conhecido como “Cláudio do pastel”, é outro a aceitar todos os tipos de cartões. “Até de visita”, brinca. Ele acrescenta que se a taxa e os impostos não fossem tão caros (cerca de 10% do total de cada operação), seria perfeito. “Facilita muito o controle dos itens vendidos”, analisa.

Para a sócia-proprietária da outra banca de pastel da feira, Miriam Matsumoto, aderir à maquininha realmente compensou. “Colocamos a opção há pouco tempo, mas o cartão é como dinheiro na mão: totalmente seguro”, comemora.

A cliente assídua do local e moradora de Alphaville, Lidiane Castro, diz que faz praticamente todas as suas compras com cartão. “É bem mais prático, facilita muito o pagamento”, fala enquanto digita sua senha na maquininha de uma das bancas.

A exemplo dela, a moradora Márcia Cristina também prefere levar só os cartões ao invés do dinheiro. “Primeiro porque na feira é bom vir com dinheiro trocado, o que é mais complicado de manusear. Prefiro usar o cartão, muito mais prático”, diz.

Mas há também os clientes que resistem o quanto podem ao uso do dinheiro de plástico. É o caso de Maurício da Silva Batista: “Acho mais simples pagar com notas e moedas. Pago e acabou. Em compensação, minha mulher adora usar o cartão”, revela.





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